Meu filho primogênito se chama Pedro Yamanaka Gottardi, tem 16 anos e é portador de deficiência auditiva e intelectual. Descobrimos a deficiência auditiva quando ele tinha 3 anos de idade. Eu neguei esse diagnóstico porque é muito difícil você receber uma notícia de deficiência para seu primeiro filho. Não contente fui procurar ajuda em uma clínica externa. Foi quando fez a sua segunda avaliação neuropsicológica com diagnóstico de TDAH e deficiência intelectual.
Chorei uma semana, mas não queria atrasar mais o desenvolvimento dele me lamentando. Resolvi então erguer a cabeça e ver o que seria necessário para começarmos essa nova etapa, quais intervenções e terapias. Foi nesse momento que mudamos de São Paulo para Vinhedo. A melhor escolha.
Fomos acolhidos por uma escola infantil que fez uma verdadeira inclusão. Haviam reuniões bimestrais entre a escola, os especialistas e a família. Com crianças especiais é dessa forma que deve ser feito para que todos os envolvidos no desenvolvimento da criança possam falar a mesma língua.
Assim, por três anos obtivemos muito sucesso. Infelizmente ele teve que sair de lá. Nessa época, iniciava também atividades de escotismo na cidade, onde foi muito acolhido. Começou também a participar de campeonatos de natação adaptados e a se destacar no esporte que ele sempre amou. Já com treinos mais direcionados por uma personal em uma academia.
Desde 2020 participa da Special Olympics e conseguiu nesse ano duas medalhas de ouro nos 25 e 50m livres. Caso seja sorteado para o mundial irá no próximo ano competir fora do país.
O Pedro me impressiona por toda a superação e por ressignificar todos os momentos difíceis de saúde e exclusão pelos quais passou. Aprendo todos os dias com ele. Sou uma mãe abençoada”.
