Toda a cidade tem uma lenda, que assusta ou intriga moradores. Em Vinhedo, o “Homem do Poço” desperta a curiosidade de muitos, porém o que poucos sabem é que ela é baseada em uma história real, que conforme os anos foram se passando, foi mudada e virou uma lenda com diversas versões.
O escritor Wladimir Novaes publicou o livro “A terrível estória do Homem do Poço de Vinhedo”, que resgata não apenas a lenda, mas este drama histórico com base em pesquisas, documentos e depoimentos de moradores, confirmando a veracidade dos fatos.
A publicação conta que no dia 19 de julho de 1916, Candido Ferraz, um homem de 30 anos, foi contratado pelo proprietário da Fazenda Marambaia, Alberto Eichemberg, para aprofundar um poço de 25 metros que não estava gerando a quantidade de água que precisava.
Durante a obra, ocorreu um acidente que desmoronou parcialmente as paredes e Candido ficou soterrado, com parte do corpo preso. O homem agonizou durante seis dias e cinco noites e seu corpo ainda está enterrado no local. Pesquisas em documentos da época apontam que o poço ficava nas proximidades das atuais Avenida Brasil, Rua Noronha e Rua da Formiga, na região do Portal.
Por seis dias, tentou-se o resgate, utilizando-se para isso todos os meios disponíveis na época. O ocorrido mobilizou bombeiros, engenheiros e autoridades da região.
Candinho, como era conhecido, recebia cigarros, café e alimentos que lhe eram enviados por baldes. Curiosos se deslocavam até o local para ver a tragédia. Trens da Companhia Paulista faziam paradas extras na antiga Rocinha e relatos dizem que um livreto com o título “Poço Misterioso de Rocinha” era vendido aos visitantes.
Segundo pesquisas, na boca do poço, a esposa de Candinho, Carmelina, com sua filha de seis meses, Malvina, permaneceram até o homem falecer, no dia 25 de julho de 1916.
